Finda o ano e finda um ciclo...

Estou aqui há 362 dias. Cheguei 11 Setembro do ano passado. Ia começar a minha primeira experiência como Leitor a tempo integral e investigador a tempo parcial. Vinha cheio de sonhos, de planos, de expectativas e também desiludido com o meu país que me vira sair quase sem lutar para que eu ficasse.

Cheguei a 11 de Setembro de 2013 mas não estive sempre por aqui... Conferências no Qatar, na Sérvia, na França, em Portugal, no Reino Unido e na Grécia levaram-me temporariamente para outras paragens. Férias em Portugal também pararam a contagem dos dias vividos nas terras que já foram Otomanas e que hoje, a 26 de Dezembro, somam 362...

Em 362 dias aprendi muito. Mudei de estatuto (de Leitor para Professor Assistente); ganhei amigos, inimigos e conhecidos; fui desafiado a ensinar coisas que, primeiro que tudo, tive que ensinar a mim mesmo; fui testado na capacidade de ser criativo, quando existem muitas dificuldades e poucas soluções. Em 362 dias aprendi muito. É só o que consigo dizer, pelo menos, por agora.

E com 2015 a chegar seria normal que dissesse que "espero que a aventura continue a sua rota positiva", mas a aventura não continua... Ou melhor, continua mas não aqui. Aos 362 dias sei que no 365º dia estarei a aterrar em Lisboa, para depois visitar amigos em Abrantes, Lisboa, Coimbra e Porto. Sei que ao 365º dia voo para encerrar um ciclo: o ciclo turco!

E depois das visitas, de rever rostos, de contar e ouvir estórias, de partilhar sorrisos e lágrimas em redor de um bom vinho (ou de um bom gin!), sei que a aventura seguirá para Norte. Em 2015 lanço-me no ciclo finlandês! Fui desafiado a arriscar e saltar para um novo projecto e decidi aceitar o risco. E assim quando o ano finda, finda também um ciclo.

Uma conversa de táxi em Doha; uma reunião informal num bar de piscina às 3h da manhã; um anel oferecido num aeroporto; um projecto via on-line; várias conversas via skype e de súbito dei por mim, pela primeira vez, a poder escolher onde me completar enquanto profissional. A continuidade turca, que muito me aprazia, ou o desafio nórdico, que me deixou curioso.

Não é um adeus definitivo à Turquia, da qual guardo boas memórias, mas um adeus por agora... Porque, por agora, a Finlândia chama e desafia-me. E eu gosto de desafios. Não sei se mudo para melhor, mas sei que mudo para diferente. E é isso que procuro agora: o diferente. É um fim de ano, e fim de ciclo, a saber que o novo ano traz ciclo novo.


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