Vamos directos ao assunto, a Cultura é o parente pobre deste governo desde o começo das suas funções. Para gáudio de alguns e espanto-horror-tristeza de muitos, a Cultura perdeu o direito a um ministério e passou a ser uma mera Secretaria de Estado sobre a alçada do Primeiro-Ministro. A manobra legal até poderia ser interessante, impulsionar a Cultura para um novo patamar, mas cedo se percebeu que era o começo da agonia...
A Cultura, sob os auspícios da Austeridade-tecnocrático-experimentalista, foi definhando a uma quase inexistência. De quando em vez a Cultura dá provas de vida, apenas porque os profissionais do sector têm uma alma e um profissionalismo que resiste a tudo...
Uma classe que resiste mesmo à patetice governativa e ao seguidismo-berlinista que dita tudo com folhinhas de Excel, sem atentar nas especificidades da realidade. Sem atentar nas necessidades da Cultura. Necessidades que gerarão potencialidades, mas já lá irei...
Uma classe que resiste mesmo à patetice governativa e ao seguidismo-berlinista que dita tudo com folhinhas de Excel, sem atentar nas especificidades da realidade. Sem atentar nas necessidades da Cultura. Necessidades que gerarão potencialidades, mas já lá irei...
A Cultura foi entregue a um homem da Cultura que, cedo se percebeu, não tinha força para comandar a sua Secretaria. Trocou-se o Secretário de Estado e a Secretaria ficou como que morta. Abandonada a um mutismo sepulcral e a um vazio criativo mais fundo do que o fosso das Marianas.
A Cultura encarada como secundária, vista quase como um passatempo inútil em tempo de "Salvação nacional" (ainda me vão dizer o que se anda a salvar mesmo!?), foi espancada com a brutalidade imberbe de quem não conhece, nem parece querer conhecer, o imenso valor e a extraordinária necessidade de termos mais e mais Cultura.
A Cultura encarada como secundária, vista quase como um passatempo inútil em tempo de "Salvação nacional" (ainda me vão dizer o que se anda a salvar mesmo!?), foi espancada com a brutalidade imberbe de quem não conhece, nem parece querer conhecer, o imenso valor e a extraordinária necessidade de termos mais e mais Cultura.
Curiosamente, com este facto o Presidente da República não fica admirado, espantado, surpreso. Curiosamente com a agonia penosa da Cultura (que por norma assume-se como parte central das governações régias!) a presidência republicana opta pelo silêncio. Porque pelos finados é melhor ter refindo decoro e respeitar a vigília com pesaroso silêncio? Ou porque não se entende o valor tremendo Silêncio, perante tamanha barbárie?
O actual governo estava certo, já o disse antes, quando criticava a cultura instalada de alguma subsídio-dependência por certos artistas. Mas a fórmula encontrada para transformar o problema não me parece a mais sana. Ora se o sistema de estímulo e apoio à Cultura estava mal desenhado (viciado, por certo!) o normal seria re-desenhar, reformar, repensar o mesmo e não fazê-lo implodir.
Perante um problema não se pensou numa solução, mas antes em dinamite-tecnocrática... Se o problema desaparecer, entre os fumos tóxicos da explosão, não terá que ser resolvido... Soluciona-se o problema, sem a maçada de pensar numa solução!
Perante um problema não se pensou numa solução, mas antes em dinamite-tecnocrática... Se o problema desaparecer, entre os fumos tóxicos da explosão, não terá que ser resolvido... Soluciona-se o problema, sem a maçada de pensar numa solução!
E depois espantam-se com a baixa taxa de consumo cultural em Portugal? Com a falta de leitura? Com o sucesso das Margaridas? Com o insucesso das Lídias? Com a incapacidade de tirar proveito da criatividade e da Cultura, como se faz em outros países do dito mundo civilizado? Ora quem não semeia, não pode querer colher. A Cultura anda em agonia e o problema não é apenas o Agora, mas o futuro...
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