"Sede Vacante" em Lisboa... E agora em Roma...

O Fidalgo anda irregular, como se homenageasse o actual governo. De cada vez que se prevê um aumento na regularidade, eis que surgem 1001 coisas para fazer (todas elas sem receber um único cêntimo) que vão adiando os posts. A tudo isto juntou-se a tripla necessidade de algum distanciamento no pós-Manifestações de Sábado.

Primeira razão: porque o Fidalgo não ia entrar na parolice da Guerra dos Números... Mais importante do que saber se foi 1.000.000 ou 1.500.000 é sublinhar a dimensão do protesto que terá colocado mais de 1/10 da população nas ruas. Se um número desta grandeza não faz reflectir o Governo, não sei o que fará.

Segunda razão: porque o Fidalgo tentou evitar o comentário "a quente", desinformado, opinativo e demagógico. Era mais fácil, talvez até tivesse mais leitores, se dissesse umas quantas idiotices cheias de demagogia, com inúmeras flexões da palavra Justiça e Igualdade mas todas elas nulas de real sentido. Mas para isso já temos comentadores que cheguem na praça.

Terceira razão: porque esperei que Cavaco Silva, o dito Presidente da República, comentasse com substância o que acontecera... Esperei que o Chefe de Estado soubesse tirar ilações e chamasse à liça um Governo desgovernado, por uma cegueira tecnocrático-ideológica que vai destruindo tudo. E podemos ir parando de dizer que a culpa é da Merkel, que muitas das coisas que o Governo propõe são iniciativas "made in Portugal"!

Utopia esperar por Cavaco Silva? Por certo... Mas ainda me custa a engolir ter um Presidente que não Preside. Ter um Presidente que se passeia em silêncios demasiado longos e em discursos tão fracos que nos fazem desejar, outra vez, o regresso aos silêncios. Curioso como com Cavaco Silva a moeda tem duas faces e nenhuma das duas serve... Se não Fala falha no cumprimento da sua Presidência; se Fala faz-nos pensar que era melhor que não falasse...

Talvez tenha sido em Cavaco Silva que Bento XVI se inspirou para se transformar em Papa Emérito... Ou seja, Papa em título (de jure) mas não em funções (de facto). Mas se por Roma os tempos de sede vacante vão durar cerca de um mês/mês e meio, por Portugal corremos o sério risco de viver toda uma década de vazio Presidencial.

Se foi para isto que veio a República... Nem sei que mais escreva...


Comments