Pequeno olhar sobre um inSeguro líder político...

Ter um blogue, que se quer lido, obriga a regularidade nas publicações dizem os entendidos, mas o Fidalgo é por vezes atropelado pelos acontecimentos. Por vezes mais vale deixar o silêncio falar, ao invés de usar palavras que podem ser incoerentes, injustas ou, no seu pior, vazias e demagógicas. E com isto esclarecido passemos ao post!

Ainda estou absorto com a extraordinária capacidade de António José Seguro destruir a sua imagem de líder capaz, daquele que é o maior partido da Oposição. Já me devia ter habituado a este PS fragilizado, por culpa de uma liderança parca em ideias, sem estofo combativo, sem criatividade política e sem planos concretos que não se escudem num punhado de fonemas bonitos.

O último deslize de António José Seguro é revelador da sua incapacidade política, para não dizer global. Utilizar como nome da sua moção "Portugal Primeiro" é um erro duplamente censurável. Em primeiro lugar é incrível a ausência de "memória política" do líder do maior agrupamento organizado da Oposição. Utilizar o mesmo mote que dois anos antes Pedro Passos Coelho, aquele que nos governa, aquele a quem Seguro se deveria opor (e não apenas contrapor!) é, na melhor das hipóteses, um acto infantil.

Mas pior ainda é o mote em si mesmo, seja utilizado por quem for. Ora vejamos: "Portugal Primeiro" implica que existem outros interesses na lista; implica que Portugal surge com primazia mas sem a exclusividade que seria de supor a quem nos governa. A utilização do vocábulo numeral "Primeiro" implica, explícita ou implicitamente, quem existirá um "Segundo" (Merkel?) e um "Terceiro" (Selassie?) e não é isso que se pede de quem concorre a um cargo governativo por estas paragens...

Portugal não precisa ser o "Primeiro" nas intenções dos nossos políticos, Portugal precisa ser o "Único". E isso não implica que nos votemos a um indesejado isolamento, que de resto contradiz a própria natureza de ser português. Isso não implica que não se transforme, aprofunde e remodele a relação com a União Europeia, ou mesmo com a CPLP...

António José Seguro, que continua a falhar na capacidade de ser um Líder capaz de uma Oposição que urge renascer, precisa entender que os "boys" dos partidos estão desfasados do país real. Precisa entender que ao país real não interessam as tricas políticas e os discursos com boa oratória, mas sem conteúdo. Precisa entender que o fechamento do PS em si mesmo, como se verá nas nomeações para as eleições autárquicas, apenas fragiliza o PS que se demonstra incapaz de colher "independentes" com talentos e potencial em detrimento dos filhinhos do partido...

E com isto o Fidalgo retira-se... Mas voltará logo, logo!

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