Porque (parece que) se calou o Fidalgo?

O Fidalgo não se calou, mas os acontecimentos políticos têm sido tantos e de tão má qualidade que me vejo assoberbado de coisas para "mastigar" e não tenho tempo de degustar sobre as trapalhadas de uma classe política que precisa, urgentemente, de se renovar. Soma-se a isso o trabalho e a incerteza quanto ao futuro... Pois chega a todos... Mas vamos por partes!

Não gosto de generalizações! Existem muitos políticos competentes na arena nacional. Lamentavelmente perdem espaço perante os sucessivos erros dos seus colegas menos competentes. Existem, no mesmo curso, deputados competentes e motivados, mesmo numa altura em que o país parece atolado e sem soluções para se salvar. Não tiremos o mérito ao todo, por uma parte estar podre. Os políticos bons e competentes existem, precisam (por certo) de mais voz e mais espaço.

Não gosto de apropriações! A manifestação de hoje não foi uma parada da CGTP, mas porque esta central sindical adora apropriar-se dos eventos que organiza não estranho o discurso. Desta vez não fui para a rua e ao ouvir Arménio Carlos falar fiquei contente pela minha decisão. A vontade de ter Estado em todo o lado, a vontade de "lutar" e não colaborar com o sector privado (que adoram chamar de Grande Capital) são apenas duas das muitas ideias erradas!

Não gosto de populismos! O discurso de Arménio Carlos pode ter parecido a muito boa gente combativo, corajoso e "muito verdadeiro" mas a mim pareceu-me demagógico e populista. Um discurso cheio de medidas retiradas da cartilha vermelha dos Comunistas. Um discurso feito para agradar ao "Camarada-Mor" Jerónimo e não para falar do e para o país real. Um discurso que não soube honrar a dimensão de um protesto que se voltou a pautar pelo civismo lusitano.

Não gosto de idiotices crónicas! Acho extraordinário que António Borges continue a ser consultor do Governo. É surpreendente o número de vezes que o Sr. Borges fala e em que se gera polémica por uma notória ausência de sensibilidade humana e por um de sentido de oportunidade sempre inoportuno. Primeiro tínhamos que ser "pobrezinhos" para ser competitivos; depois tínhamos que ter os trabalhadores "a financiarem" as empresas... E ainda vem para a rua com insultos? Por favor...

Não gosto de prepotentes! São pessoas como António Borges que fazem com que Arménio Carlos fale num tom belicista contra o Grande Capital, seja lá o que isso for. São pessoas como António Borges que tornam a imagem do empresário num ser execrável, que se transforma num "bode expiatório" fácil. São pessoas como António Borges que tornam sofrível ouvir os não-políticos falar de medidas políticas... Mas os outros é que são ignorantes, claro!!!

Não gosto de atrasos! Já se percebeu que o Governo ou se renova, ou morre por exaustão. A ideia do Primeiro-Ministro de mexer no Executivo apenas após a aprovação do Orçamento de Estado 2013 pode ser um risco e riscos é tudo o que o país não precisa. Se é preciso remodelar, redistribuir, repensar e re-energizar um Governo em sufoco então que isso se faça o quanto antes.

E o Fidalgo promete que 1.) hoje fica por aqui e 2.) vai tentar recuperar a sua "regularidade"!


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