Depois de Marchar é hora de 'Vigiliar'!

Depois da Marcha Histórica, desculpem-me mas continuo a achar que fizemos História, que levou mais de quatro dezenas de cidades a saírem para a rua e a exigirem o que devia ser nosso - a nossa dignidade e a equidade das políticas implementadas - chegou a hora ir para Belém mostrar que o momento ainda não passou...

Apesar de o Presidente da República, que vive num País mais Maravilhoso do que o da Alice, considerar que a crise política já terminou, que a Coligação está viva e recomenda-se, os cidadãos parecem não estar tão seguros do mesmo. O momento não é para estabilidades instáveis, feitas de cristal fino e quebradiço. O momento, tenho em crer, também não é para mutações eleitoralistas...

Aliás é interessante que na primeira sondagem pós-Marcha o PSD aparece a descer a pique nas intenções de voto e o PS (apesar de surgir em primeiro lugar) também perde terreno... É interessante ver como os partidos "do sistema" começam a representar cada vez menos gente. Falta, tenho em crer, uma sondagem que incluísse mais partidos para se ter uma noção mais fidedigna de onde param as modas do voto, por estes dias.

É igualmente curioso que uma coligação que se diz forte e para durar, tenha a necessidade de criar um Conselho de Coordenação da Coligação. Ora se tudo corre bem porque razão se criou esta espécie de "guarda pretoriana institucional"? Se tudo corre bem, porque se viu a necessidade de dar um passo no sentido da burocratização da Coligação? E tudo isto, assinalo, numa reunião sem os dois líderes dos partidos coligados... Estão zangados senhores?

O país precisa de mudar, já o disse e vou repetir-me as vezes que forem preciso, mas não acredito em mudanças tipo gelatina instântanea. As coisas levam o seu tempo, para surtirem o resultado certo... E por isso depois de Marchar é chegada a hora de ir Vigiar o Conselho de Estado. Porque a rua deve continuar a ser nossa. Porque, e já o disse antes, a democracia não se esgota na Votocracia...

E porque dia 29 de Setembro não virei para a rua... Sou cidadão... Sou monárquico... Sou português... Mas não sou fantoche das centrais sindicais... Hoje sairei à rua de sorriso no rosto; dia 29 de Outubro fico a ler Pushkin e a beber chá de menta.

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