Catroga na terra das rendas desnecessariamente necessárias...

Ainda estou a decidir se fico estupefacto, furioso, incrédulo ou apenas conformado com as mais recentes declarações de Fernando Catroga. A mesma pessoa que assinou o memorando da troika, enquanto oposição é certo, e que falava em rendas excessivas foi agora apanhado no enredo das suas palavras... É que, diz o povo e com razão, pela boca morre o peixe!

Catroga, que se celebrizou pela incapacidade de conter o provincianismo pateta do seu ADN, não consegue agora explicar porque razão não terminam as rendas do Estado à EDP. A mesma EDP onde é agora Presidente do Conselho Geral. Agora, por entre um discurso cheio de pausas e silêncios que dizem tudo, Catroga vai dizendo que afinal as coisas não eram como pensava...

É um fenómeno extraordinário como passar de oposição a pode ilumina as pessoas. Ainda mais incrível é o facto de essa clarividência instantânea estar quase sempre relacionada com cargos principescamente remunerados; algo que numa República deveria ser um contra-senso. Fernando Catroga é assim vítima por falar demais e pensar de menos.

São casos como este e como a Lei dos Tectos Salariais que logo se esboroou na Lei das 1001 Excepções que vão diluindo a confiança na classe política. Por muito que Passos Coelho sorria; por muito que os seus Ministro vão mostrando, de quando em vez, alguma sapiência. Casos como as rendas de Catroga funcionam como uma avalanche; destroem em segundos o que levou meses a edificar.

Pede-se mais bom-senso a todos! E, por favor, não me venham com as pieguices do: os outros também faziam assim. Enquanto não tivermos vontade para romper o ciclo, não podemos querer que o ciclo pare por magia. Enquanto acharmos que o dicere e o facere não andarem de mãos dadas, ou, pelo menos, lado a lado, vai ser complicado pensar em mudanças e ver transformações realistas...

Ou Catroga&Companhia começam a repensar na vidinha... Ou Fidalgo&Friends terão que pensar em soluções alternativas. Quem tem empregada/o sabe que quando uma casa não é limpa mas apenas "disfarçada" costuma-se despedir a empregada/o e contratar um/a nova/o... E eu até gosto de fazer tarefas domésticas!

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