Do jogo do rating à "osteridade"

Ontem à noite, preparava-me para uma noite de sono reparador, até já tinha escolhido a roupinha quentinha para me ir deitar, quando li no Diário Económico que a Moody's, essa grande amiga da Europa, voltou a baixar o rating a seis países europeus entre os quais, sem espanto e sem novidade, Portugal e nuestros hermanos de Espanha.

A argumentação, uma vez mais, anda no reino do achismo. Acham os especialistas do rating, que ainda não sei se são raitingistas ou raitingólogos, que Portugal não vai conseguir cumprir as metas; isto apesar de estar a seguir com a prescrição médica que o Dr. Troika receitou. Ora se o doutor se enganou vai-se punir o paciente que se tem portado bem??? Ou chamar à responsabilidade o doutor??? Ou está a Moody's a assumir a sua irresponsabilidade quando faz estas patetices...

Diziam-me hoje que nas agências de rating trabalham grandes especialistas em Economia e que, por isso, deveríamos confiar mais no que elas dizem... Ora um grupo de especialistas numa sala não garante duas coisas: 1.) certezas, que em em Ciência só estamos certo do erro (ou já nos esquecemos que a Terra era plana? E o centro do Universo?); 2.) imparcialidade. Não assumo que sejam parciais, mas não posso dizer que não o são. E os actos dos últimos meses vão parcialmente confirmando a parcialidade... Parece-me a mim, claro!

As agências de rating, pensou eu, têm uma predilecção por achar muito coisa e falhar em muitos dos achanços. Ora se quem falha os programas de austeridade é punido, quem falha previsões não deveria ser chamado à responsabilidade. Parece-me que o jogo é todo ele muito unilateral. Uns podem dizer e agir como querem, os outros só podem acenar a cabeça e dizer Sim Mestres?

Não admira que a Osteridade (como ouvi dizer hoje no 729 para Algés) incomode as pessoas, mais do que tudo, por não a compreenderem... E também não compreendo, sou sincero, como é que o líder do Eurogrupo (ainda lhe podemos chamar grupo?) embarcou na cantilena germânica de que "A Grécia ainda não nos convenceu!" Senhores, mas o que é preciso mais? Um jantar formal de apresentação da Osteridade Grega? Ou um Porto de Honra?

Se as agências de rating se preocupassem mais em achar soluções, ao invés de se dedicarem a achar problemas; se os líderes europeus se preocupassem mais em resolver o que ainda pode ser resolvido, talvez a Osteridade fosse menos austera, mais perceptível, mais aceitável, mais humana. Mas isto claro são apenas ideias de quem pouco percebe de economia...

E o Fidalgo vai jantar antes que lhe baixem o rating..




Comments