Vivendo e aprendendo... Ou talvez não!

É lugar comum afirmar-se que a idade traz sabedoria. As experiências que vivemos e que nos moldam deveriam sedimentar a nossa capacidade de raciocínio e o nosso juízo, mas ao que parece nem sempre assim é... Vejamos dois exemplos da nossa esfera político-mediática, que quanto mais idade têm mais erros vão fazendo e, portanto, vão contrariando a máxima do: Vivendo e aprendendo!

Manuela Ferreira Leite aproveitou um convite da Ordem dos Economistas para se juntar ao coro, cada vez maior, dos que criticam a política orçamental do governo. Não que eu concorde com as subidas de impostos, mas acho de uma distinta lata (não consigo encontrar expressão mais suave!) que a ex-Ministra da Economia que propôs a subida do IVA, no seu Consulado, venha agora criticar o actual Ministro por fazer o mesmo, numa conjuntura claramente mais complexa!

Quer-me parecer que Manuela Ferreira Leite ainda não conseguiu perdoar a "ausência" de solidariedade do PSD para consigo, quando, então Ministra da Economia, eram muitas as vozes (da oposição e da sua "casa") que pediam a sua demissão. Quer-me parecer que Manuela Ferreira Leite, desde então, saltita de azedume em azedume, queimando o seu partido e, acrescento eu, queimando a sua imagem por incoerência mental e tacanhez! É que eu ainda não me esqueci ainda de quando pregou os méritos da suspensão da Democracia... Envie a ideia à D. Merkel I, pode ser que a Imperatriz da zona Euro aprove!

Lembra-me uma parca personagem de Clive, personagem do livro "A Casa da Rússia" de John Le Carré (a quem peço desculpas por comparar o seu personagem fascinante com Manuela Ferreira Leite), que olha para o mundo sempre belicista, desconfiado, em permanente modo de ataque! E não, não acho que seja a Margaret Thatcher lusitana como gostaria que a vissem... Longe, muito longe...

Passemos ao segundo exemplo: Mário Soares! Há muito que Mário Soares vem degradando a credibilidade que amealhou nos anos 80 e 90. A última candidatura a Belém e os sucessivos "erros" de raciocínio que vai acumulando tornaram-se tão comuns, que quase não merecem comentário. Em Mário Soares existem dois estados: 1.) ou escreve sobre um assunto desgastado e sem interesse, com a intensidade de quem descobriu a pólvora; 2.) ou escreve num tom populista, demagógico e quase irreflectido.

Nisto das opiniões, todos temos direito a ter uma... Seja ela mais ou menos interessante, mais ou menos informada, mais ou menos exacta... Mas diria eu que já vai sendo tempo de guardar a pena e a tinta, reservando para si as suas opiniões. A última coisa que precisamos é de inflamar rebeliões, revoluções ou outras coisas similares. Não é esse o caminho, e digo-o sendo Monárquico e desejoso que estou de ver a República ser destronada e a Monarquia (re)entronizada. Mas tenho a noção perfeita que não é por aí que se solucionam os problemas!

A estes dois exemplos poderia somar outros... Não é Sr. Otelo? -.- Muitos outros... E com isso vai-se dando razão a Durão Barroso (quem diria!) quando diz que há vozes a mais a fazerem ruído e propostas a menos a encontrarem soluções... E, deste assunto, nada mais tenho a dizer... Por agora, claro está! Mas é óbvio que vou estar atento.

Saudações do vosso Fidalgo!


Comments