E eu tinha que voltar ao pseudo-Império...

O refúgio em ditados populares, para desculparmos acções repetitivas não é novo. Aliás nem novo, nem inovador, mas nem por isso deixa de ser eficaz... E portanto aqui vou eu: Diz o povo, e tem razão, que não há duas sem três e eis que me vejo na tentação de comentar um assunto sobre o qual não percebo: Economia, claro está!

Tomara eu que muitos pseudo-comentadores e opinadores assumissem o seu desconhecimento perante os assuntos onde partilham a sua sabedoria... Seria tudo tão mais simples... Mas já estou a fugir ao assunto sobre o qual escreverei hoje. Economia! União Europeia (suspiro)! Euro (duplo suspiro)! Crise (obviamente!)

Com os mercados em constante estado de nervos (aconselhava uma ida ao psicólogo, talvez?), a Espanha passou hoje a pagar juros de dívida mais altos do que a Grécia, sempre apontada como a "primeira" a cair... Como se isso importasse para as populações grega, portuguesa, irlandesa e agora também húngara! Pois, enquanto os mercados cerram fileiras à Europa, tão pouco unida nestes dias, fazendo subir os juros da dívida da Itália, da Bélgica, da Áustria e dos Países Baixos (vulgo Holanda), a Hungria avançou com um pedido de assistência financeira ao FMI!

Um pedido um tanto ou quanto curioso... Se percebi bem, e quando não percebemos dos assuntos podemos dar-nos ao luxo do erro, a Hungria quer o dinheirinho emprestado, mas não está com grande vontade que lhes ditem as regras! Uma espécie de pacto win-win em que só ganha a Hungria! Quer-me parecer que até ao lavar dos cestos, esta vindima ainda vai dar muito vinho e do mediático...

Espanha foi a votos, esmagou-se a esquerda (para a qual se voltaram todos os dedos), elegeu-se um novo primeiro-ministro, que se junta aos novos primeiros-ministros da Itália (Mário Monti) e da Grécia (Lucas Papademos), escolhidos interinamente sem consulta popular, mas a fúria dos lucros e o nervosismo dos mercados continuam por apaziguar!

E claro que a Imperatriz da Europa, pelo menos no seu psico-teatrinho, veio fazer mais declarações, ao estilo autoritário (quase que arrisco dizer hitleriano), que tanto lhe apraz, de que se devem punir culpados... Vamos punir as instituições bancárias? E as agências de rating? E os mercados bolsistas? Não? Então vamos punir quem? Os Estados... Obviamente...

Diz ainda D. Merkel I que os tratados têm que ser revistos para se poder dar o merecido "tau-tau" em quem não aprendeu a lição... E ao que parece são muitos os candidatos a ficarem de costas voltadas para a parede da euro-masmorra!

Mas diz-me a mnése, que por vezes me apoquenta, que a Alemanha está longe de ser um bom exemplo com 14 falências... Com perdões de dívidas... Com o ónus de um século XX desastroso que, desculpem-me senhores e senhoras, não pode ser esquecido. Mais ainda, a Alemanha (que plasmou no euro, aquilo que era o marco alemão) como super-beneficiária do sistema da moeda única, não está a fazer mais do que o esperado quando auxilia quem precisa...

E no meio disto tudo, a posição de Portugal não podia ser mais ambígua. Elogiado pela Comissão Europeia pelo esforço de consolidação orçamental e castigado com projecções para 2012 que são, pelo menos, calamitosas... Ora se o esforço não traz resultados, pergunto-me de que serve o esforço? Para quê correr, correr, correr, se sabemos que não cortaremos a meta?

O Fidalgo deixa as questões em aberto... Volto amanhã!


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