Confesso que não percebo muito de Economia. Sou um verdadeiro leigo, com acesso a informação e interesse em lê-la... E portanto não me espantará que, no meio do que vou escrever em seguida, muitos doutores em Economia se venham a rir com erros primários. É um risco que estou disposto a correr. E lanço-me então no desafio...

Confesso (hoje estou confessional!) que me tem feito algum estranheza o modus operandis do sistema económico. Obviamente, que será fruto do meu desconhecimento essa estranheza. Mas deixai-me então explicar onde entra a tal estranheza!

Ora imaginando que empresto 10€ a um amigo meu, chamemos-lhe Rodrigo. Empresto ao Rodrigo 10€ para que este comece o seu negócio e, num contracto normalíssimo, informo-o que no momento do pagamento terá que me pagar 12€ por culpa dos juros do empréstimo. Nada mais normal! E até aqui a estranheza não entra no meu raciocínio.

No dia seguinte, por razões que nada adiantam, peço emprestados 15€ a uma amiga, baptizemo-la de Susana, e ela avisa-me que, com os juros do empréstimo, terei que pagar 18€. A normalidade continua a reinar... E é aqui que o chamado "sistema económico internacional" introduz algo que me faz confusão. Lá vem a estranheza aos pulinhos!

Por uma qualquer razão fico com medo que o Rodrigo não consiga pagar os 10€, nem falo dos 12€, e obviamente penso num plano para não perder o dinheiro, que usarei para saldar a minha dívida com a Susana. No sistema económico internacional as coisas funcionam de outro modo... Se tenho medo que A não pagará X então faço com que A me ague X+?

Ora se essa pessoa ia ter dificuldades em pagar 12€, não será pior se eu lhe exigir 18€?

Mas a preversidade sistémica continua... A Susana, por saber que o Rodrigo poderá não conseguir pagar, exige-me a mim (que emprestei dinheiro ao Rodrigo), um pagamento não de 18€ mas de 30€. Por contágio??? Ora a continuar nesta espiral nem o Rodrigo me paga, nem eu pago à Susana e todos perdemos. Se imperar a racionalidade, onde não cabe o laxismo, ficamos todos em posição mais vantajosa... Mas posso ser eu, do alto da minha ignorância em economia, quem está a ver mal o problema.

E se o Rodrigo não conseguir pagar? Pois a culpa é dele, mau gestor do meu dinheiro, mas minha também; que deveria conhecer melhor a quem empresto dinheiro. Quando se empresta algo não custa nada saber a quem se empresta. Mas as coisas mudaram? É por isso que a vida se faz de riscos... E querer correr riscos, sem ter consequências causa-me estranheza...

E o Fidalgo promete ir escrevendo!

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