Berlusconi, historietas da conspiração e o (preguiçoso do) eleitor!

Silvio Berlusconi, agora primeiro-ministro demissionário da Itália, obriga-me a dar o dito pelo não dito e a escrever antes que a segunda-feira chegue... Mas como estamos numa de fim-de-semana prometo, não sei (uma vez mais!) se irei cumprir, ser breve nas palavritas!!!

Silvio Berlusconi, que muitos portugueses rotulam de Alberto João Jardim milanês, apresentou a sua carta de  demissão ao Presidente da República italiana. Nessa carta, dizem por aí, terá escrito que sai orgulhoso do trabalho que desenvolveu. Parece-me que estamos a ver a sequela de um filme já visto: ou já se esqueceram do discurso sentido (quase emotivo) de José Sócrates, aquando do seu "até já"? Ou terei sido apenas eu a ler orgulho, nas palavras do nosso ex-primeiro-ministro?

E Berlusconi (dizem!) diz mais: está disposto a voltar ao governo... Algo também costumeiro na politiquinha que se vai fazendo na Europa dos dias de hoje. E aqui terei que dar uma palavrinha de aconchego aos políticos: a culpa, senhoras e senhores eleitores, não é só de quem concorre; é, diria eu, mais ainda de quem elege. Se Silvio Berlusconi está no poder é porque os eleitores assim o quiseram, e de pouco adianta a parolice das historietas da conspiração e o eterno "e se foi manipulado?"

A culpa da perpetuação de alguns representantes políticos está mais do lado de quem os elege... Eles concorrem, mas ninguém obriga o senhor/a eleitor/a a votar nele. O eleitor/a tende a não entender que o momento do voto é poderoso, que pode transmitir mensagens há classe política nesse singular gesto de "pôr a cruz no papelito". E eu sei que é mais simpático ir ao café discutir arbitragens; ou, mais cómodo, ficar no sofá a ver a trigésima repetição do Titanic ou do Armageddon.

Outros dirão e/ou pensarão: Mas eu sou só um? Comigo já somos dois... E se nos formos somando NÓS somos tantos! É no voto que poderemos começar evoluções sociais, e não convulsões proto-políticas, que pretendem um desnecessário revisionismo histórico, como esta semana se propunha um certo cavalheiro que alardeava, nos Media, pois claro!, a extraordinária janela de oportunidade para se encetarem Revoluções! A sério? Já agora faça-se um evento no Facebook!?! -.-' De que serve isso meu caro?

Se Silvio Berlusconi, num futuro evento eleitoral, for eleito por quem elege (falo de si senhor eleitor que ou vota; ou deixa que votem por si, enquanto se passeia de gelado na mão numa qualquer praceta), não venham para as ruas queixar-se e embandeirar argumentos contra isto e contra aquilo. E digo mais: Votou? Não? Paciência, agora aguente com o voto do seu vizinho!

E o Fidalgo retira-se que esta espécie de prédica já vai longa...


Comments