Aqui está uma que eu nao esperava, desta triste República. Mudar o nome do ALGARVE para ALLGARVE é no minimo absurdo... Fiquei quase sem palavras, mas com a ajuda da minha amiga Mariana Luz consegui arranjar as minhas ideias. Aqui fica o Manifesto de Feorn, escrito a 1 de Feorn (mês do calendário lunar druida).
O Manifesto de Feorn irá ser publicado no jornal regional "Primeira Linha"
MANIFESTO DE FEORN

O Património está em sufoco. Agoniza, como um condenado no corredor da morte, esperando que a electricidade volte para que a cadeira funcione. O Património agoniza, esperando segundo a segundo a descarga final, que lhe alivie o sofrimento. Ensanguentado pelos golpes que sofreu ano após ano; tem lambido em esforço as suas feridas, mas há golpes irrecuperáveis.

O Património pede a eutanásia. Destruam-no já, não o obriguem a assistir ao seu desmembramento. Não é a venda de órgãos ilegal? O Património não peregrina, porque ele e peregrinação; não viaja, porque ele é viagem; não se queixa, porque ele é linguagem. Mas eu não sou património… Eu queixo-me em histeria!

NÃO! Não aceito que se venda ao desbarato, o que mais de 800 anos de suor, sangue e lágrimas, muitas lágrimas, ajudaram a tornar português!

NÃO! Não aceito que se destruam nomes, em prol de cifrões de estrangeira terra. O que vamos fazer se os Iraquianos gostarem de Amarante? E se os romenos se apaixonarem pelo turismo na Serra de Sintra? Vamos deixar a Rússia fazer uma OPA à nossa linda Guimarães?

NÃO! Não me resigno, aplaudindo em vazio uma idiotice! Porque, senhores, senhoras e demais pessoas, é disso que estamos a tratar. Parvoíces! Por acaso Lloret del Mar mudou o nome, apesar da afluência portuguesa? Não me parece… Porque temos que ser pioneiro em tudo o que é estupidez? Porque temos que mostrar sempre o lado patético de viver na Europa?

NÃO! Não calo meu protesto. Digam que é insanidade, que de nada valerá escrever, porque a decisão seguirá em frente, que a condenação do Património é inadiável, que eu fingirei temporária surdez. Eu não entrego a minha alma patrimonial a um qualquer negócio infernal…
NÃO!
NÃO! NÃO! NÃO! NÃO! NÃO! NÃO! NÃO! Não é tão belo o número sete, porque queremos o oito quando o sete é a nossa herança? Inovação sempre; furacão nunca. Queremos ser modernos, pois sejamos… Mas não criemos o apocalipse patrimonial, por um interesse (supostamente nacional!)…

NÃO!

Tiago Lopes e Mariana Luz

Comments