Sexta-feira, 2 de Março, 2012. Não posso afiançar que tenha acordado com um sorriso, mas sei que saí de casa contente. A minha mãe celebrava meio-século de vida. Uma existência cheia de experiências, de momentos, de conquistas, de perdas, de "seguir em frente" que se ia celebrar. Não te pude dar um beijinho pela manhã, mas lembro-me de ter enviado um SMS bem cedo.
Trabalhava em Lisboa, fazia aquilo que mais gostava. Ainda não tinha um título pomposo, por extenso, antes do meu nome... Mas estava feliz! A minha inspiração, a razão para ser o que Sou celebrava 50 anos; e apesar de nem sempre teres vivido num conto de fadas, para mim sempre foste uma Rainha. Trabalhava em Lisboa, vivia em Oeiras, mas sabia que às 20h51 (se o Intercidades não atrasasse) estaria em Abrantes e pelas 21h dar-te-ia um beijo de parabéns!
Sábado, 2 de Março, 2013. Uma vez mais não me lembro se acordei a sorrir, mas gosto de pensar que sim; que acordei a sorrir. Era sábado e, com o título pomposo conquistado, tinha sido relegado a voltar para casa. Os mercados andavam nervosos e aprendizes de feiticeiro brincavam aos políticos, enquanto vidas e vidas se iam adiando. Mas nada disso importava, nada disso me vinha à memória, porque tu fazias anos: meio-século+1 (que não se diz a idade de uma senhora).
Pude dar-te um beijinho de parabéns logo pela manhã e ver as tuas lágrimas de felicidade correrem pelo rosto, enquanto lias o que te escrevi. Sempre tive a facilidade de brincar com as palavras. As palavras nunca me trairam, porque sempre lhes mostrei respeito. Com as palavras provoco risos, lágrimas e instigo sonhos e arquivo memórias. Não posso dizer que amo as palavras, porque amor é o que sinto por ti: Mãe! O dia foi tranquilo, com sol (isso eu lembro-me!).
Não me lembro de visitas da troika, de grandes manifestações, de problemas no Leste Europeu, de caos no Cáucaso, ou na Ásia Central. Não me lembro de pensar em desemprego, apesar de poder apenas ofertar-te palavras porque para o resto não tinha plafond. Mas lembro-me que não querias saber de plafonds e de bugigangas, porque sempre gostastes das minhas palavras. E foi isso que te dei aquelas palavras, com as quais (sabes bem, mãe!) vou cosendo a minha alma!
Domingo, 2 de Março, 2014. Acordei a sorrir. Sei que filmei uma pequena surpresa, que não substituindo o contacto da pele na pele, é melhor do que a frieza dos emails. Porque apesar do mel e algodão doce com quem revestimos as palavras, tentando dar-lhes vida, as palavras grafadas têm limitações... Não culpo as palavras pela sua sonora surdez, porque estou farto de atribuir culpas!
Acordei a saber que nos teus 52 anos estás no meio de um furacão de emoções. Contente porque os teus filhos seguem com as suas vidas, lutam pelos seus sonhos e, apesar de muita barreira, vão triunfando. Contente porque cada vitória nossa é tua, muito tua. Mas triste, porque nem todos estamos perto. Nem todos estamos à distância de uma chamada, de um comboio, de um expresso... Nem todos estamos...
A ideia é que celebremos o teu dia hoje? Pois lamento desapontar-te(vos) mas faço isso todos os dias. Não foi apenas pela minha carreira que vim para longe; não foi apenas pelo meu futuro. Foi para homenagear e celebrar o que é ser Filomena. Sempre te vi lutar contra hidras de 9 cabeças e Medusas escorregadias e nunca te vi dizer não ao confronto. Como te poderia celebrar se me negasse a uma batalha?
Cada dia aqui, neste meu exílio, é uma celebração não de mim, mas de ti. Porque foi em ti que me inspirei estes anos todos. Foi em ti que busquei a garra, que ser do signo Leão não traz só por si. Foi em ti que eu vi a nobreza dos guerreiros e a elegância da nobreza, misturados nos teus olhos meio-verdes, meio-avelã. E por isso digo-te Parabéns hoje, porque é da praxe, mas te direi parabéns amanhã, e depois, e depois, e depois, e depois...
Com amor do seguidor, do admirador, do amigo, do filho,
MUITOS PARABÉNS!
Trabalhava em Lisboa, fazia aquilo que mais gostava. Ainda não tinha um título pomposo, por extenso, antes do meu nome... Mas estava feliz! A minha inspiração, a razão para ser o que Sou celebrava 50 anos; e apesar de nem sempre teres vivido num conto de fadas, para mim sempre foste uma Rainha. Trabalhava em Lisboa, vivia em Oeiras, mas sabia que às 20h51 (se o Intercidades não atrasasse) estaria em Abrantes e pelas 21h dar-te-ia um beijo de parabéns!
Sábado, 2 de Março, 2013. Uma vez mais não me lembro se acordei a sorrir, mas gosto de pensar que sim; que acordei a sorrir. Era sábado e, com o título pomposo conquistado, tinha sido relegado a voltar para casa. Os mercados andavam nervosos e aprendizes de feiticeiro brincavam aos políticos, enquanto vidas e vidas se iam adiando. Mas nada disso importava, nada disso me vinha à memória, porque tu fazias anos: meio-século+1 (que não se diz a idade de uma senhora).
Pude dar-te um beijinho de parabéns logo pela manhã e ver as tuas lágrimas de felicidade correrem pelo rosto, enquanto lias o que te escrevi. Sempre tive a facilidade de brincar com as palavras. As palavras nunca me trairam, porque sempre lhes mostrei respeito. Com as palavras provoco risos, lágrimas e instigo sonhos e arquivo memórias. Não posso dizer que amo as palavras, porque amor é o que sinto por ti: Mãe! O dia foi tranquilo, com sol (isso eu lembro-me!).
Não me lembro de visitas da troika, de grandes manifestações, de problemas no Leste Europeu, de caos no Cáucaso, ou na Ásia Central. Não me lembro de pensar em desemprego, apesar de poder apenas ofertar-te palavras porque para o resto não tinha plafond. Mas lembro-me que não querias saber de plafonds e de bugigangas, porque sempre gostastes das minhas palavras. E foi isso que te dei aquelas palavras, com as quais (sabes bem, mãe!) vou cosendo a minha alma!
Domingo, 2 de Março, 2014. Acordei a sorrir. Sei que filmei uma pequena surpresa, que não substituindo o contacto da pele na pele, é melhor do que a frieza dos emails. Porque apesar do mel e algodão doce com quem revestimos as palavras, tentando dar-lhes vida, as palavras grafadas têm limitações... Não culpo as palavras pela sua sonora surdez, porque estou farto de atribuir culpas!
Acordei a saber que nos teus 52 anos estás no meio de um furacão de emoções. Contente porque os teus filhos seguem com as suas vidas, lutam pelos seus sonhos e, apesar de muita barreira, vão triunfando. Contente porque cada vitória nossa é tua, muito tua. Mas triste, porque nem todos estamos perto. Nem todos estamos à distância de uma chamada, de um comboio, de um expresso... Nem todos estamos...
A ideia é que celebremos o teu dia hoje? Pois lamento desapontar-te(vos) mas faço isso todos os dias. Não foi apenas pela minha carreira que vim para longe; não foi apenas pelo meu futuro. Foi para homenagear e celebrar o que é ser Filomena. Sempre te vi lutar contra hidras de 9 cabeças e Medusas escorregadias e nunca te vi dizer não ao confronto. Como te poderia celebrar se me negasse a uma batalha?
Cada dia aqui, neste meu exílio, é uma celebração não de mim, mas de ti. Porque foi em ti que me inspirei estes anos todos. Foi em ti que busquei a garra, que ser do signo Leão não traz só por si. Foi em ti que eu vi a nobreza dos guerreiros e a elegância da nobreza, misturados nos teus olhos meio-verdes, meio-avelã. E por isso digo-te Parabéns hoje, porque é da praxe, mas te direi parabéns amanhã, e depois, e depois, e depois, e depois...
Com amor do seguidor, do admirador, do amigo, do filho,
MUITOS PARABÉNS!
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